quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ramadã


O mês mais sagrado do Islã, o Ramadã, inicia-se hoje (11/12 de Agosto dependendo da região) - um dos “cinco pilares” do Islão, juntamente com a profissão de fé (chahada), a oração (salat), a esmola (zakat) e a peregrinação aos lugares santos de Meca e Medina (hadj) - e terá a duração de um mês lunar e terminará com a Aid el-Fitr ou “festa da ruptura”.

O Ramadã é o nono mês do calendário Islâmico, o da revelação do Alcorão ao Profeta Muhammad (salallahu alaihi wa salam) e tem início quando se observa a olho nú o aparecimento do quarto crescente da Lua, daí a data não ser a mesma em todos os países.

Durante o mês do Ramadã, mais de mil milhões de muçulmanos adultos em todo o mundo devem abster-se de beber, comer, fumar ou ter relações sexuais entre o nascer e o pôr-do-sol, excluindo-se os idosos, as crianças, as mulheres grávidas, os doentes e os viajantes.

É um período de reflexão, de generosidade, de estabelecimento de uma aproximação mais profunda com o criador em que os muçulmanos não só valorizam o que têm mas sentem um pouco na pele o que os outros não têm, através da caridade e do próprio jejum.

Ao longo do mês irei postar mais informações sobre o sagrado mês do Ramadã.

A todos os muçulmanos “Ramadan Karim”!

Foto: Mulher indonésia lê o Alcorão para uma criança no primeiro dia do Ramadã.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Derrubando preconceitos - Introdução ao Islamismo


O Islã é uma religião monoteísta baseada nos ensinamentos religiosos do profeta Maomé (Muhammad S.W.A.S) e numa escritura sagrada, o Alcorão. Na visão muçulmana, o Islã surgiu desde a criação do homem, ou seja, desde Adão, sendo este o primeiro profeta dentre inúmeros outros, para diversos povos, sendo o último deles Maomé. Religião também conhecida como Islamismo.

A palavra islã deriva da quarta forma verbal da raiz sim: aslama, submeter-se" e significa "submissão (a Deus)"; muslim, muçulma­no, é seu particípio presente: "(aquele) que se submete (a Deus)".

Mantendo sua ênfase em um monoteísmo intransigente e uma aderência estrita a determinadas práticas religiosas essenciais, a religião revelada pelo profeta Maomé (Muhammad S.W.A.S) a um grupo pequeno de seguidores, expandiu rapidamente através do Oriente Médio, África, Europa, ao subcontinente indiano, à Península da Malásia e a China. Hoje o islamismo é a segunda maior das três principais religiões monoteístas do mundo, perdendo em número de seguidores somente para o cristianismo. É também a religião com os maiores índices de crescimento. Os últimos Censos estimam haver 1.2 a 1.3 bilhões de seguidores o que representa 25% da população mundial. A Indonésia é o país com maior numero de Muçulmanos com 184 milhões de seguidores. Já no Brasil este número é bem menor, 27.239 segundo o censo de 2000. Mas algumas instituições islâmicas defendem um numero bem maior, aproximadamente 1.5 mi de muçulmanos.

Contraditoriamente à sua expansão e difusão, é uma das religiões mais mal compreendidas no ocidente que associa a religião e seus seguidores a diversos preconceitos resultantes de pouca ou má informação.

De Inicio é importante desmistificar a correlação da civilização árabe com a religião islâmica, pois ao contrario do que muitos acreditam, nem todo árabe é muçulmano e nem todo muçulmano é árabe. Os árabes muçulmanos representam menos de 25% do numero total de seguidores do Islamismo no mundo.

Contexto político, social e religioso antes do advento do Islã

A base da sociedade Árabe era a tribo que reunia descendentes de um mesmo antepassado. Uma tribo era composta por vários clãs, e agrupava famílias alargadas que se encontram sob a autoridade de um homem. Algumas tribos eram sedentárias e outras eram nómadas (beduínos). As tribos viviam em guerra constante.

Do ponto de vista religioso, a Arábia, antes do islamismo, era território do politeísmo se­mítico, do judaísmo arabizante e do cristianismo bizantino. Tribos judaicas, talvez chegadas à península Arábica após a destruição do Segundo Templo em 70, formavam comunidades que habitavam os locais de Fardak e Yathrib, nome pré-islâmico da cidade de Medina. Algumas tribos da Árabia setentrional tinham se convertido ao cristianismo monofisita ou ao cristianismo nestoriano. Influências zoroastrianas e cristãs faziam-se sentir a sul, no Iémen. As re­giões do norte e do leste, atravessadas pelas grandes rotas comer­ciais, foram profundamente influenciadas pelo helenismo e pelos romanos.

No tempo de Maomé, o culto dos deuses tribais havia rele­gado a segundo plano a antiga religião astral do Sol, da Lua e de Vénus. .As principais divindades eram adoradas sob a forma de uma árvore ou de um bétilo (pedra sagrada). Alguns bétilos eram transportáveis e acompanhavam os nómadas nas suas deslocações. Os Árabes erguiam santuários e sacrificavam animais em sua honra. Outras práticas religiosas incluiam o jejum e a peregrinação. Acreditava-se igualmente na presença dos djins, espíritos, alguns dos quais tinham um carácter maligno.

Os árabes reconheciam uma divindade a que chamavam de Al-lah, criador todas as coisas, mas este não tinha o carácter que lhe foi atribuído mais tarde pelo Islão. Al-lah tinha três filhas: Allat, Manat ("Destino") e Al´Uzza ("A Poderosa").

A cidade de Meca, no Hijaz, a cerca de 80 quilômetros do mar, era o centro de uma peregrinação anual feita pelos Árabes. Nela encontrava-se um santuário, a Kaaba, onde existia a Pedra Negra, provavelmente um meteorito, que era alvo de veneração. Os peregrinos davam sete voltas em torno dela no sentido contrário aos ponteiros do relógio. No século VII a cidade adquiriu importância como centro económico: ela controlava o tráfego de caravanas que atravessam a Arábia. Por ela passavam os produtos que tinham sido trazidos para o Iémen da Abíssinia e da Índia e que eram transportados pelas caravanas para o Mediterrâneo. Uma rota que atravessava a Arábia a partir do Golfo Pérsico em direcção à Abissínia foi encerrada devido ao conflito entre a Pérsia e Bizâncio, o que fez aumentar a importância de Meca.

Grandes e poderosas tribos de judeus haviam-se estabelecido nos centros urbanos, como o do oásis de Yathrib, que mais tarde se chamaria Medina (Madina, "A Cidade"). As missões cristãs haviam feito alguns prosélitos (co­nhece-se um na família da primeira mulher de Maomé). No século VI d.C, Meca (Makka), com seu santuário da Caaba em torno do famo­so meteorito negro, já era o centro religioso da Arábia Central e uma importante cidade comercial. Durante toda a vida, Maomé deploraria suas estruturas sociais, a rudeza de seus cidadãos, suas desigualdades econômicas, sua moralidade decadente.

Mais tarde dedicarei um post apenas sobre Maomé (Muhammad S.W.A.S).

Segue abaixo algumas das crenças básicas da fé islâmica:

- O Monoteísmo Islâmico:

O Islã ensina que não há deus alem de Deus (em árabe:Allah), nunca gerou ou foi gerado, é o começo e o fim, o poder absoluto, onipresente e onisciente, é a fonte de toda criação, não há outros deuses superiores iguais ou inferiores a ele.

Capitulo 112 (A UNICIDADE)

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.

“1. Diga: Ele é Deus, o Único!

2. Deus! O Absoluto!

3. Jamais gerou ou foi gerado!

4. E ninguém é comparável a Ele!”

Apesar de (Allah) ser a palavra em árabe para Deus, a mesma não pode ser empregada na língua árabe ao denominar qualquer outra divindade ou entidade, com isso se torna identidade exclusiva do Deus único, Deus dos Judeus, cristãos e muçulmanos.

Os praticantes das três religiões monoteístas utilizam a palavra (Allah) ao se referirem a Deus na língua árabe. Portanto é incorreta a afirmação de que (Allah) representaria um deus exclusivo dos muçulmanos, assim como é errado o uso da palavra em árabe (Allah) para se referirem, em outras línguas, ao Deus dos seguidores das três religiões monoteístas.

Algumas das características divinas no islamismo:

  • Deus é considerado eterno e onipotente.
  • Sempre existiu e sempre existirá
  • Sabe de tudo que pode ser sabido
  • Capaz de tudo que pode ser feito
  • Não possui forma
  • Não pode ser visto
  • Não pode ser ouvido
  • Não é Homem ou Mulher
  • É justo
  • Somente para ele devem rezar e adorar

- Os Livros Sagrados:

Os muçulmanos devem reconhecer e ter fé nos cinco livros sagrados mencionados no alcorão:

· O livro de Abraão (A.S*) (C:87 V:19)

· O livro dos salmos de Davi (A.S*) (C:17 V:55)

· A Tora de Moises (A.S*) (C:2 V:87)

· O Evangelho de Jesus (A.S*) (C:5 V:46)

· O Alcorão

O Alcorão contém as mensagens de Deus reveladas ao profeta Maomé (Muhammad) através do anjo Gabriel ao longo de 23 anos.

- Os Anjos:

Crer nos anjos é crucial na fé islâmica. A palavra árabe para anjos (malak) significa "o mensageiro”. De acordo com o Alcorão, os anjos não possuem livre arbítrio, e adoram a Deus em perfeita obediência. Alguns dos deveres dos anjos incluem comunicar revelações de Deus, glorificar Deus, registrar as ações dos seres humanos, e tomar suas almas quando chegar a morte.

- Os Profetas:

Deus criou a humanidade para servi-lo e dotou o homem de capacidade e liberdade de ação. De acordo com a benevolência e justiça divina, Deus emitiu profetas para instruir e guiar a humanidade. Nenhuma nação ou comunidade foi deixada sem tal orientação (C:10 V:47 ; C:15 V:36). Alguns profetas portaram revelações divinas: escrituras e milagres.

O primeiro Profeta para os muçulmanos é Adão seguido por uma longa corrente de Profetas onde o ultimo é o profeta Maomé (Muhammad). (C:30 V:40)

São mencionados no Alcorão vinte e cinco proeminentes profetas entre eles Abraão, Davi, Ismael, Isaac, Moises, Jacó, Jesus e Maomé (Muhammad).

Cinco dos profetas mencionados são considerados como portadores de códigos de lei, são eles os profetas: Abraão, Davi, Moises, Jesus, Maomé.

O livro sagrado dos muçulmanos afirma também a existência de outros profetas de nomes não revelados pelo alcorão. (C:40 V:78)

Crer em todos os profetas mencionados, entre eles Moises, Jesus e Maomé; Assim como a fé em suas mensagens, são importantes fundamentos do islamismo.

- A Justiça:

Todo muçulmano deve acreditar na justiça do todo poderoso. Pois Deus é justo, nunca trata injustamente suas criaturas, já que a injustiça provém da ignorância, da necessidade, da fraqueza ou de causas similares, nenhuma das quais pode existir em Deus.

No alcorão encontramos diversas referencias à justiça divina, em C:95 V:8 “Acaso, não é Deus o mais prudente dos juízes?” e em C:21 V:47 “E instalaremos as balanças da justiça para o Dia da Ressurreição. Nenhuma alma será defraudada no mínimo que seja; mesmo se for do peso de um grão de mostarda, tê-lo-emos em conta. Bastamos Nós por cômputo.”

Também ordenou seus seguidores a aturem com justiça, em C:4 V:85 “Deus manda restituir a seu dono o que vos está confiado; quando julgardes vossos semelhantes, fazei-o eqüidade. Quão excelente é isso a que Deus vos exorta! Ele é Oniouvinte, Onividente.”

- Juízo Final:

De acordo com o Alcorão e com diversos ditos (Ahadith) do profeta Maomé (Muhammad), a morte não é o fim. Após a morte, o espírito humano permanece e experimenta as bênçãos ou os tormentos até a época da ressurreição e julgamento. Este período da morte até a ressurreição é chamado de (barzakh).

No dia do juízo final (youm Al Qiyama) O mundo chegará ao seu fim, será o último dia da responsabilidade humana. Todos os homens passarão pela morte e ressuscitarão para se apresentarem diante de Deus que decidirá seus destinos de acordo com suas ações. A bondade será recompensada com o paraíso (jannah) e o mal será punido com o inferno (jahannam). (C:22 V:6-9 e V:1-2; C:3 V:185; C:4 V:62).

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Uma importante mudança - Parte III


Continuando...
E então finalmente chegou a hora de colocar o hijab. Não foi algo tão difícil, apesar de não ter sido algo totalmente fácil... Acho que devo deixar a parte do "difícil" relacionada à surpresa das pessoas que me conheciam antes de me tornar muçulmana. Sim porque o que eu mais temia era a reação das pessoas. Porque apesar de estar fora do Brasil, conheço alguns brasileiros, e já sei que de brasileiro se pode esperar absolutamente tudo. Bom, eu não estava errada em "temer", porque realmente o que me esperava pela frente eram rios de perguntas.. tanto perguntas sensatas quanto perguntas totalmente estúpidas, cheias de pré-conceitos. Enfim, comecei a usar o hijab e fui ao meu primeiro dia de aula, todos já haviam me visto sem hijab antes, mesmo que por pouco tempo (acho que por 2 semanas), pois tinha mudado pra essa outra escola havia pouco tempo. E então uns agiram bem, outros nem tanto. Digamos que os gringos da sala não disseram nada (pelo menos em ingles). hehe Já os brasileiros, (como sempre fazendo gracinha e demonstrando a graaaande ignorância que têm sobre certos assuntos), começaram a falar mal da religião, como se soubesse muito sobre o Islã, e principalmente como se também tivessem uma religião a defender... ok, ok como se eu não pudesse ser muçulmana só porque sou brasileira. E assim foi, entrando por um ouvido e saindo pelo outro. Eu realmente não fico ofendida, eu sei o que eu faço, e sei porque eu faço não vim pra um país looonge do Brasil pra ficar levando em consideração o que os meus "conterrâneos cabeças fechadas" pensam. Cara, eu to aqui do outro lado do mundo, vi cada coisa bizarra nesse tempo que to aqui, as meninas andando com pouquiiiissimas roupas na rua (se fosse no Brasil levaria nome de puta, mas como é aqui todo mundo acha bonito e queria ter uma igual em casa) e povo ta se preocupado pq eu to cobrindo minha cabeça? Ninguém merece... Ah, tenho que deixar bem claro que de todas as pessoas com quem falei e que me viu com hijab só os brasileiros agiram de forma negativa, porque todos as pessoas de outros países acharam interessante eu aderir a outra religião... a qual eu realmente sigo e acredito. Não preciso falar que sou católica só por não ter nenhuma religião. E por mais que eu dissesse que não tenho religião eu estaria errada, pois de qualquer forma teria a concepção católica/cristã da coisa: "O pai, O filho e o Espírito Santo". Mas não vou entrar nesse assunto agora. Se vc está lendo esse blog e não sabe o que é o Islã, ou não sabe qual é a concepção do Islã sobre Deus, veja esse site, há algumas informações: http://www.islam.com.br/
Enfim, apesar de toda a desaprovação por uma parte brasileira, eu não deixei de usar o hijab. Agora já vão fazer uns 4 meses que estou usando e continuo a mesma, apenas não mostro meu cabelo pra outros homens, nem uso shorts e blusas curtas na rua, tenho que me cobrir. E nisso eu não vejo nada demais. Até hoje ainda ouço algumas coisas bizarras, ontem por exemplo cheguei na sala de aula e foi meu segundo dia de aula nesse novo módulo, então entraram pessoas novas. Sentei ao lado de uma brasileira (pq minha sala eh 100% brasileira tirando um pessoal da Filipinas e uns outros latinos americanos) dai então ela soltou: "Pq vc usa isso na cabeça?" Então eu respondi: "Pq eu sou muçulmana", e ela falou: "Isso é religião?" Eu olhei pra um lado, olhei pro outro... deu vontade de rir e então respondi que sim. Ficou um silêncio parando no ar e então ela me perguntou o nome do véu que eu uso e eu falei que era hijab.
Alguns dizem que eu sou louca pq deixei muita coisa pra trás... deixei de sair, deixei de fazer coisas que seria normal para uma catolica.. quer dizer, para uma BRASILEIRA, deixei o meu namoro, comecei a cumprimentar homens e mulheres de modos diferentes, comecei a verificar os rótulos dos alimentos que compro pra ver se tem alguma substancia alcoolica, enfim, eu mudei, mudei muito e devo isso não só a minha vida em outro país como também a minha nova religião.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Uma importante mudança - Parte II



Continuando...
Depois de ter ido encontrar essas pessoas foi a vez de encontrar com umas egipcias. Fui bem recebida lá, super simpaticas, me deram altas dicas e o mais importante: me falaram sobre o Islã. Claro que não poderiam falar sobre tuuudo em uma só noite, eu poderia ter ido la mais vezes se elas tivessem me respondido minhas mensagens, alguns dias depois q nos encontramos. Acho que não foram com minha cara, vai saber, né? Dai depois de não obter mais respostas delas, resolvi pesquisar sozinha. Li alguns livros, vi alguns sites. E então um dia eu estava conversando com uma amiga minha do Paraná e fui mostrar um site sobre o Islã no Brasil, e foi aí que vi uma postagem recente no site, e lá tinha um video sobre uma reportagem que foi feita pelo jornal lá em Foz do Iguaçu sobre o Islamismo. Fiquei super empolgada e fui assistir. Aí foi quando eu conheci a história da Aisha, assisti tudo e fui tentar achar algum meio de entrar em contato com ela, pelo menos poderia falar em portugues com alguém que é muçulmana há um bom tempo. Enviei um e-mail ao administrador do site e em poucos dias recebi a resposta, fiquei tão alegre! Mal podia esperar por falar com ela. Até que finalmente a conheci, nos falamos e aí sim não foi algo momentâneo como com os xiitas e as egipcias. A Aisha é super legal, divertida e me mandou algumas coisas sobre o Islã, inclusive um texto que ela mesma escreveu sobre a mulher no Islã. E os dias se passaram e com a ajuda de alguns amigos conheci algumas meninas da Arábia Saudita e então pude aprender mais com elas sobre o islã, sobre o que eu teria que fazer no dia-a-dia, etc. Elas sem dúvida me ajudaram e me ajudam muito, me fizeram acima de tudo mudar meu pensamento radicalmente e pude ver que nem tudo o que me falavam era verdade. Elas não eram oprimidas, não usavam hijab por que estavam sob pressão do marido e nem nada do tipo. São muito engraçadas, alegres, conversam bastante, assim como qualquer garota normal, e acima de qualquer coisa são muito amigáveis, gentis, amáveis. Hoje em dia são além de minhas amigas, minhas irmãs e agradeço a Deus por tê-las conhecido.
Enfim, aos poucos fui entrando no universo islamico, aprendendo mais e mais.
Continua..

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Uma importante mudança - Parte I

Depois de mais de dois anos volto a escrever aqui, justamente pq achei algo extremamente importante e interessante ao mesmo tempo, e esse assunto nada mais é que a minha conversão ao islã.
Bom, isso tem sido uma das coisas que mais venho respondendo.. tanto pra brasileiros quanto pra amigos de outros países que me conheceram antes da conversão e tal. Enfim, essa história começou ano passado, alguns meses depois que vim pra Nova Zelandia, pq eu sempre via meus amigos rezando. Lembro que a primeira vez que vi alguém fazer oração foi quando estava com um amigo da Arábia Saudita e ele estava procurando algo pra rezar colocar no chão e usar como um tipo de tapete mas não tinha pq não estava em casa, então ele pegou uma camiseta emprestada de um amigo, estirou no chão e rezou. Cara, eu achei realmente magnífico aquilo, como ele demonstrava sua fé. Depois disso eu comecei a respeitar aquilo e fui me livrando de todos os pensamentos cheios de preconceito que haviam sido criados por acreditar em uma mídia negativa contra o islã e que gira em torno do dia 11 de setembro. Então depois de uns meses meu círculo social de amigos meio que deu um giro de 180 graus e então passei a me interessar mais ainda pelo islã pq vivia constantemente naquela "atmosfera" islâmica. Minha curiosidade era tanta sobre a religião que certa vez eu estava num restaurante com um amigo e com minha irmã, então vi duas meninas da Malásia (pra quem não sabe a Malásia é um país de religião muçulmana) sentadas ao lado da minha mesa e perguntei pro meu amigo o que eu deveria fazer, como deveria me apresentar a elas.
- Primeiramente, disse ele, vc tem que perguntar se são Xiitas ou Sunitas.
E lá fui eu perguntar. Disseram que eram sunitas e então o papo foi em frente e resolvi pegar o contato delas. E ai começou minha jornada de conhecimento, sem livros em português, sem dúvida alguns sites me ajudaram. Comecei a perguntar a uns, perguntar a outros.. e foi nessa de perguntar a "outros" que conheci um casal Xiita.
Quero deixar claro que não pretendo chegar a nenhuma discussão sobre xiismo ou sunismo, até pq não é esse meu objetivo, cada um defende seu ponto de vista e eu só estou contando minha história.
Bem, numa noite eu estava tomando um café com uns amigos que são muçulmanos, mas que não eram tão próximos a mim e perguntei se tinham algum amigo que deixasse eu conversar com a esposa dele. Um deles me disse que iria falar com uns amigos e que depois me ligaria.. terminei meu café feliz da vida e fui pra casa. Uns 3 dias depois recebo uma mensagem falando q ele encontrou alguém e já me passou o número. Eu não via a hora de encontrar com eles, e marquei o encontro pro dia seguinte. Fui bem recebida por eles e tudo mais, pessoal bacana. Fiz altas perguntas, me fizeram perguntas tbm.. até que chegou uma hora que perguntei se eram xiita ou sunita, bom, pensei q não teria problema já que até meu próprio amigo que é muçulmano tinha me feito perguntar primeiramente para as garotas da Malásia se eram sunita ou xiita.
Enfim, ele ficou parado e então perguntou se eu sabia de algo e estava perguntando só pra ver o que me diria, só me fazendo de boba e tal. Fiquei séria e ao mesmo tempo envergonhada pq só depois q disse aquilo eu me dei conta de que tinha feito uma enorme cagada, mas já não dava pra voltar atrás. Então me expliquei e falei q não havia má intenção alguma, só queria saber mesmo. Então ele me falou em alto e bom som: A diferença entre xiita e sunita é só política.
Eu realmente levei a sério aquela afirmação, além do mais ninguém melhor do que ele (naquela sala) pra dar alguma definição. Depois do "mal-estar" e de me desculpar algumas milhares de vezes pela pergunta, fui encontrar uns amigos e contar a grande novidade: conheci um casal muçulmano q está a fim de me ensinar sobre o islã! Meus amigos adoraram tudo, mas quando falei que eram xiitas, foi tudo por água abaixo. E então me disseram muitas diferenças sobre xiita e sunita. Meu contato com o casal xiita não durou muito, minha visão sobre o islã é outra, então não daria. Depois desse dia descobri q perguntar se uma pessoa é xiita ou sunita no primeiro encontro nem sempre dá certo, e descobri também que nem toda informação que te dão é aquela verdadeira. :)

(Continua)

sábado, 22 de novembro de 2008

Mudando de assunto..


É, mudando o rumo do blog, após uma semana postando sobre mitos folclóricos, fiquei sem saber o que escrever por aqui...
Então, como estou em casa por conta do Dia da Consciência Verde¹ que é feriado em ALGUNS municípios aqui de Braza-Bela, resolvi falar sobre isso.
Pois é, mais um feriadão para Braza-Belenseses privilegiados. hahaha sim, poucos puderam "emendar", "fazer ponte" enfim, juntar tudo e só voltar à correria Segunda-Feira. :DD
Então... antes, quer dizer, até 3 dias atrás pensava que o tal feriado seria Nacional, mas tal qual não foi minha surpresa quando soube que era apenas para alguns municípios...
Seria pq existem mais pessoas verdes em alguns lugares do que em outros? Bom, quanto a isso eu não sei, mas segundo nosso excelentíssimo presidente pode haver a possibilidade de transformá-lo em nacional. ^^ Então, vc que se sentiu prejudicado por ter ido trabalhar enquanto várias pessoas acordaram tarde bem no meio da semana, reze para que o presidente torne MAIS UM feriado nacional. Se bem que isso não é tão difícil. Sim! Pq quando o assunto é feriado... em Braza-Bela nunca é demais. :)
Bom, voltando ao assunto... vc, pessoa bem informada que acordou tarde em plena Quinta-Feira sabe pq ficou em casa? Não, não era o dia do Índio nem aquecimento para carnaval. Era o dia da Consciência Verde, meu caro! Hã? mas vc é laranja? rosa? azul? roxo? vermelho? Ora, Braza-Bela é uma sociedade que surgiu a partir desta diversidade de raças e deve muito aos verdes, logo, todos têm que comemorar esse dia, ou vc vai querer ser rotulado de preconceituoso, racista? Pois é...
Mas dai surge uma dúvida: se os verdes têm seu dia, qual será o dia dos outros? Pq os de cores diferentes tbm não têm seus dias? Poxa, deveriam ser direitos iguais, não é? Imaginem quantos feriados poderiam ser criados! :D Mas, andei pensando que esse feriado serviria para o seguinte: como os verdes são aqueles que se acham mais "vulneráveis" perante a sociedade, precisam disto para se auto-reafirmarem e assim ter uma "brecha" para gritarem: "estamos aqui!"
É, talvez seja isso...
Mas, mesmo assim ainda não entendo, pois podem conseguir melhorar de vida como qualquer outro homem/mulher, sem se escorar na imagem de vítima, pois esse tempo já passou.
Enfim, acho que essa Conscientização que o dia verde propõe só será eficaz realmente no dia em que todas as pessoas verdes se aceitarem e assim não será comemorado só o dia da consciência verde, mas de todas as outras raças: vermelha, rosa, azul... sem distinção, sem preconceitos, sem ignorância.


domingo, 24 de agosto de 2008

Bobagens


Vida amarga. hahaha É vida amarga mesmo. não entendo as pessoas... ou talvez não seja entendida... sei lá. acho que todos querem, ou pelo menos esperam, que sejam entendidos, compreendidos de verdade. Mas como vamos saber se a outra pessoa tem a mesma duvida q vc se nunca se toca no assunto? Boa pergunta. haha Você não vai encontrar a resposta aqui... Mas eu acho pode ser q isso aconteça por algum motivo... eu por exemplo tenho vários. Mas, enquanto isso... fico eu e meus motivos. Pequenos motivos. É muita insegurança numa só pessoa. haha fala sério. Uma coisa tão simples... simples como uma palavra que eu já não precise mais falar. Eu acho q eu que viajo mesmo. Um dia acordo e puff, to assim. "Sobra tanta falta de paciência que me desespero..." ai ai.. Eu, eu já não sei... estranho. Deve ser a TPM haha, não tem outra explicação. Tanta ansiedade e não sei pq. Eu tento disfarçar... mas, não dá. Tanta, mas tanta vontade de falar o q eu queria mesmo. Mas acho q não devo... melhor deixar assim. Como é doce a palavra que não pode ser dita. Mas apesar de doce, traz uma dor. E é pior q dor de dente. Maass... =/ hahaha eu queria saber a verdade de tudo... e queria que assim todos soubessem tbm. Que a ficha caisse pra todo mundo. Que fosse uma coisa recíproca, tipo.. vejo e já sei. Sem precisar tanta enrolação, sem vergonha do q podem pensar, sem ter medo das conseqüências.. Diretamente. Mas na verdade, se eu soubesse de tudo... perderia a graça. Então mais vale me sentir assim do que viver na mesmice... sem nenhuma surpresa. Espero que aconteça algo. Já n dá pra ficar escutando musicas estranhas pra escrever. :P prefiro coisas alegres.. pois, tristeza nunca mais. :) E é isso. meu dia não foi nada produtivo. "E tudo vai permanecer igual, afinal, não há nada a fazer..." :* "Falta tanta coisa pra dizer, que nunca consigo..."